QUANDO NADA É MUITO
E TUDO É POUCO, QUASE NADA.
FICA LONGA A MADRUGADA.
APARECE LUA CHEIA...
PARECENDO MINGUANTE
QUERENDO FICAR NOVA,
RECOMEÇAR DE NOVO.
CHEIA DE VONTADE.
INSATISFEITO POR NÃO TER FEITO.
QUERENDO QUE SEJA DO MEU JEITO.
QUE SEJA FEITA A MINHA VONTADE.
A SUA BONDADE
SEM MALDADE.

MAIS UM ANO É ESPERADO.

AGUARDO
ME GUARDO
MAS NÃO FICO AQUI PARADO.
MESMO SABENDO QUE ESTÁ ALI, GUARDADO.

ESPERAR, SEM FICAR DESESPERADO.
PRA DEPOIS, FICAR ALGUM LEGADO.
AMIGO, NAMORADO, CASADO...
FAMÍLIA , FILHOS, AFILHADO.
QUERO TODOS “ALEGRIADO”.

MAS NÃO FICO AQUI PARADO.
BUSCO. DETERMINADO.

DESEJO A TODOS,
O QUE TEM SONHADO.
UM FELIZ ANO NOVO.
E UM SONHO REALIZADO.

PRA VOCÊS, QUE DA MINHA VIDA TEM PARTICIPADO.

REALMENTE NÃO CONSIGO SER DIFERENTE,
PORQUE JÁ SOU ASSIM, DIFERENTE.
QUERO DAR UMA EQUILIBRADA
NEM TUDO, NEM NADA
UM POUCO DE CADA...
MAS EM BUSCA DO EQUILIBRIO
AS VEZES DAR UMA EXAGERADA
TENTAR FAZER UMA MÉDIA
DEPOIS UMA MANERADA.
EQUALIZAR, SINTONIZAR, AJUSTAR...
TODO CERTINHO, CHEIO DE VERBOS.
A VERDADE É QUE NÃO PRECISAMOS SER CHATOS.
VAMOS SER MAIS MANEROS,
CHEGA DE INTERROGAÇÃO, RECLAMAÇÃO...
VAMOS VIVER EXCLAMAÇÃO !!!!
DEIXAR TAMBÉM QUE ALGUMAS COISAS
ACONTEÇAM COM O TEMPO.
MESMO QUE FOR PASSAGEM.
PASSE PRA DEIXAR MARCADO. IMAGEM.
SE AJUSTE...
EQUALIZE...
SINTONIZE.

Juro que nesse tempo todo.
Tenho dito tanto.
Meio tonto.
Feito pouco.

E nesse meio tempo.
Tenho feito pouco.
Meio louco.
Dito muito.

Falar sem pensar.
Falar por falar.
Falar pra contar vantagem...
1, 2 , 3... vantagem pra quem?
Somou. Contou e assumiu?
Vantagem de quem fez.
Experimentou, inventou.
Agiu. Cumpriu.

Experimentou viver...
Sem dizer.
Semprometer.
Comprometer.
Nada omisso.
Compromisso.

E tenho dito.
E feito.

Me coloco.
No colo, lôco.
Será mesmo que estou disposto !?!?
De querer, desprender e aprender.
Cabeça livre, sem me prender.
Sempre e cada vez mais, com isso crescer.
A verdade é que sem disposição não acontece.
Não faz valer a pena. Não merece.
Que pena.
Disponha, deixe de lado e coloque-se à diante.
Porque se não, pode ficar distante.
Disposto e com força.
Pra frente e sempre avante.
Se cair, se jogue. Torça.
Levante.

Do lado de lá.
Iremos mais além.
Enxergar além dos dedos.
Não é fácil, muito se passa e não percebemos.
O céu é sempre azul, além de nuvens cinzas.
Além das águas, existe a terra.
Talvez por isso Planeta Terra.
Acho que isso retrata bem.
Tudo que nossos olhos não vêem.
Quando se acostumam a ser superficiais.
E não enxergam a mais.
Artificiais.
Deixa esquecido pro Mundo.
O que podemos ver de mais profundo.
Além do Eu, existe você.
Além do meu, existe o seu.
Olhe além, o que é seu pode ser meu.
O que é Você, pode ser Eu.
E isso não se nega.
Então vê se pelo menos.
Se enxerga.

Não vou formular agora um juizo.
Seria falta dele se fizesse isso.
Todos querem ter juízo ou procuram por ele.
E pode ter certeza que quem tem, já perdeu e achou.
Perde e acha e eu não acho, tenho certeza.
Certeza de que não devo julgar, não me é necessário.
Mesmo por hora, vez ou outra, ser julgado.
Diz que me diz, fez o que fez, diz que não fez...
Já vi isso em contradições.
Desconsidero o que não me faz necessário.
É claro que erro, não vivo em um aquário.
Cuidado pra não errar julgando.
Tenha opiniões, críticas, conduta, postura.
Entenda, assimile, assuma.
Sempre estaremos ora de um lado, ora do outro.
Cometa seus erros e aprenda com todos. De todos.
Use a sensatez, sensação de bom senso.
Compare, tire suas conclusões.
Deixe guardado.
Exponha somente em casos realmente necessários.
Sem necessidade, não julgue, pois será julgado.

Se eu pudesse mudar a direção do vento,
daria um comando de voz para uma biruta.
Pra não só mudar a direção do vento,
mas transformar o céu em bom tempo.
E poder relembrar os bons tempos.
Mais ainda, lembrar que na verdade não esquecemos.
Que está tudo guardado.
Tanto o que já vivemos.
Quanto o que ainda nos resta viver.
Reservado.
Pronto... como nunca... Estamos? Estou pronto.
Nossa permanência, nosso tempo um pro outro...
Nada foi esquecido...
Amor amadurecido.
Da forma mais intensa e ao mesmo tempo leve e imensa.
De longe, distante e ao mesmo tempo perto o bastante.
Do jeito mais completo, preenchido e ao mesmo tempo encolhido.
É talvez uma chance pra nós.
Desatar os nós... Retomar.
E assim.
Por fim.
ReAmar.

Da essência é que se constitui nosso verdadeiro Ser.
A nossa natureza é o que há de mais puro.
O Eu comigo mesmo, o que só eu posso ver.
Quando eu me encontro comigo, seguro.
O que só eu sei do meu ser. Convivo.
E duvido que alguém saiba da metade.
Mesmo me expondo.
Mostrando a verdade.
Não me escondo.
E como é difícil as vezes conviver com isso. Comigo...

Eu vou viver comigo...
E com alguém vou comViver,
Levar mais vida pra minha vida
Levar mais vida pra sua vida viver...

Convivência, viver mais perto de alguém.
Com vivência, experiência de ter vivido algo.
Tem também convivência por conveniência.
Enfim, conviver não é nada fácil, mas não é pra ser difícil.

E será que a convivência denigre a essência?
Você não mais pra você, e agora por quem?

Mas quando se experimenta a verdadeira essência.
Aquela mesma que te faz amar e respeitar
e de repente pode até desanimar, desamar.
A mesma que te faz crescer e então acender.
Faz pensar.

Não deixe a convivência denegrir a essência...
Viver com o outro.
Conviver, mas, com viver.
Mais vida na vida.
Isso é essencial.

Como uma composição em que se repete.
O som que se propaga e devagar se apaga.
Repele...
Se torna vazio, incompleto, frio.
Alguém, impede.
E então a gente percebe.
Se eu só tampar vai ficar oco.
Uma cavidade.
De pouco a pouco.
Pra não ficar buraco.
E pra não ficar louco.
Quero encher pra preencher.
Completar até se fechar.
Conteúdo.
E de dentro pra fora, ecoar...

Deve ser por isso que amo demais a Vida…
Porque sei que ela é finita.
Não sei que sentido teria se não fosse assim.
Se não tivesse fim.
Perderia a vontade de viver o agora...
e deixaria pra outra hora.
Mas como já aprendi, então resolvi.
Quero sim ter uma vida comprida...
Mas quero mais ainda que ela seja cumprida.
Sim, de cumprir, mesmo sem prometer, viver.
Eu quero viver, todo dia... pra ser mortal, de terno.
Eu quero morrer, um dia... pra ser imortal, eterno.
E não saber quando acaba, quero ganhar tempo.
Fico inseguro, mas juro.
É só por um segundo, senão, acaba, perco tempo.
E enquanto há tempo.
Não tenho medo de morrer,
Tenho medo de não viver.

Méritos ao meu avô Zico.